Introdução alimentar variada pode reduzir o risco de alergias

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Você sabia que realizar uma introdução alimentar variada no cardápio do bebê pode reduzir os riscos dele desenvolver alergias na infância?

Após o período de amamentação exclusiva, que deve ser realizada até que o bebê complete 6 meses de vida (pelo menos), de acordo com as orientações da Organização Mundial de Saúde, o ideal é que o bebê tenha um cardápio variado.

Isso porque, de acordo com a pediatra e alergista Renata Cocco, diretora presidente do Instituto Girassol e médica do Hospital Albert Einstein, “vivemos a segunda onda de alergias. A primeira foi a respiratória, mas ela alcançou um platô nos anos 2000. Agora é a vez das alergias aos alimentos”.

Conteúdos
  1. Porque surgem alergias durante a fase de introdução alimentar?
  2. Como combater o problema das alergias infantis
  3. Alimentação da mãe pode influenciar?
    1. Variedade alimentar
  4. Como diagnosticar se a criança possui alergia alimentar
  5. 8 alimentos que mais causam alergia
    1. É possível reduzir os riscos na introdução alimentar?

Porque surgem alergias durante a fase de introdução alimentar?

De acordo com um estudo realizado pela FARE - Food Allergy Research & Education, estima-se que 32 milhões de americanos sofrem com alergias alimentares. Neste grupo, inclui-se 5,6 milhões de crianças (menores de 18 anos). Ou seja, 1 em cada 13 crianças, sofre de algum tipo de alergia, sendo que estas podem se manifestar, logo na fase da introdução alimentar.

Este tipo de problema pode estar relacionado a alguns fatores como: influência genética; exposição às novas proteínas (exemplo, do leite); ou até mesmo diante de fatores ambientais (alimentos modificados, naturalmente ou não).

Outro estudo, publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, comparou a alimentação de crianças que vivem em um vilarejo rural na África e se alimentam apenas de vegetais com crianças que vivem na Europa e tem uma dieta rica em gorduras, açúcar e alimentos calóricos.

Comprovou-se que, as crianças com alimentação menos natural e mais industrializada, têm um organismo mais sensível que a das outras crianças. Principalmente no que diz respeito a determinados alimentos que podem ser considerados como alérgicos.

Como combater o problema das alergias infantis

Segundo a associação American Academy of Pediatrics (AAP), uma das maneiras mais eficazes de prevenir alergias em crianças é, durante a fase de introdução alimentar, incluir determinados tipos de alimentos, ainda nos primeiros meses de vida (após a fase de aleitamento exclusivo).

Após seis meses, podem ser incluídos alimentos como o amendoim e o ovo, por exemplo, que são alguns dos que mais causam reações no sistema imunológico. É desta forma que o organismo passa a ser capaz de processar esse tipo de alimento, assim como se fortalece e evita futuros problemas relacionados.

Adiar a introdução de alérgenos como o amendoim e o ovo, além de frutos do mar, leite e castanhas, não traz benefícios para a prevenção de alergias alimentares, sendo que, o mesmo vale para as mães no período da gravidez e amamentação. A exclusão de alimentos por um longo período de tempo pode ter efeito contrário, aumentando assim os riscos de alergias.

Alimentação da mãe pode influenciar?

A dieta da mãe durante a gravidez não tem influência no desenvolvimento da alergia alimentar no filho, por isso, as futuras mamães não precisam retirar da sua alimentação nem os principais alimentos que causam alergias como o amendoim, leite de vaca e o ovo.

Contudo, existem algumas recomendações de como deve ser a alimentação da mãe durante a amamentação. Muito no sentido de evitar alimentos industrializados ou gordurosos, que não contribuem para a nutrição do corpo da mulher. Para isso, a dica é aderir a uma dieta saudável e variada.

Variedade alimentar

A variedade do cardápio do bebê deve começar, de preferência, a partir dos seis meses de idade, que marca o fim do aleitamento materno exclusivo. Vale ressaltar que não é preciso restringir e nem oferecer em excesso esses tipos de alimentos. Gradualmente e, em pequenas quantidades, é a forma ideal e mais eficaz.

Como diagnosticar se a criança possui alergia alimentar

Existem dois tipos de alergias, sendo uma delas mais amena, onde os sintomas são inespecíficos e podem aparecer em até dois dias depois de ingerir o alimento; e a outra mais intensa, cujos sintomas são fáceis de reconhecer.

Os sintomas mais comuns podem variar entre:

Coceira;
Inchaço;
Dor abdominal;
Congestão nasal;
Vômito;
Tontura;
Anafilaxia (casos mais graves).

É preciso ter atenção aos casos mais graves pois, além destes sintomas, podem obstruir as vias respiratórias e, em casos extremos, levando à morte, assim como a anafilaxia.

É sim um pouco complicado de descobrir uma alergia alimentar! Mesmo porque, diversos fatores podem causar esses tipos de reação. O ideal é que, no caso de notar problemas recorrentes (sintomas de alergia) o médico pediatra deve ser consultado.

No caso de não ser identificado algo em específico, pode ser solicitado exames alérgicos (alimentar ou de outras substâncias). Nestes casos, um alergologista é o mais indicado.

8 alimentos que mais causam alergia

Agora que você já sabe que a intrudução alimentar variada é recomendada por especialistas, como uma das maneiras mais eficazes de evitar o surgimento das alergias, precisa também conhecer quais são os principais vilões!

Peixes;
Frutos do mar (crustáceos e moluscos);
Glúten (trigo, cevada e centeio);
Frutas secas (castanhas);
Ovo;
Amendoim;
Soja;
Leite de origem anima (principalmente o de vaca).

Eles são os responsáveis por 90% das alergias. Isso é de acordo com uma revisão de estudos publicada em 2008 na revista Current Opinion in Pediatrics.

A alergia é uma resposta exagerada do sistema imune à proteína de alguns alimentos. A criança nasce com uma predisposição genética, mas só será possível descobrir se ela é alérgica quando ela tiver contato com o alimento.

É possível reduzir os riscos na introdução alimentar?

Não existe uma fórmula específica de prevenir alergias durante a fase de introdução alimentar. Porém, algumas coisas podem diminuir os riscos de alergia alimentar como a amamentação prolongada que, além de reduzir os riscos de obesidade infantil, também oferece os nutrientes e anticorpos necessários para o bebê.

Apesar de não ser, em 100% dos casos uma opção de escolha para as mulheres, evitar o parto cesária também contribui para evitar esse tipo de transtorno. De acordo com o estudo realizado pela Örebro University, bebês que nascem de parto cesária têm 21% chances à mais de desenvolverem alergia alimentar.