Episiotomia – O Que é Porque Acontece
Episiotomia é o corte do períneo, região localizada entre a vagina e o ânus.
Ele ocorre após o parto normal e também é chamado de ponto do marido, pois deixa a vagina apertada para o marido da paciente.
Esse corte é feito para aumentar a abertura da vagina para evitar que a área perineal seja dilacerada.
Episiotomia é mutilação ou é necessária?
Esse procedimento acontece desde 1741, mas ainda hoje faz parte do dia a dia de muitos médicos no mundo todo.
Algumas pessoas dizem que é mutilação, outras afirmam que é um procedimento simples e em algumas situações é necessário.
Esse procedimento é apoiado por alguns e contraindicado por outros profissionais e pacientes.
A ideia de intervenção cirúrgica para aumentar o canal da vagina e facilitar a saída do bebê, embora tenha sido criada no século 18, somente na década de 1950 ela se tornou popular.
Quando a episiotomia é indicada
O bebê que nasce por meio de parto normal desce pela parte óssea da mulher, ou seja, a bacia e pelas partes moles que são: cérvice, vagina e região vulvoperineal, que formam o canal do parto.
Mesmo não existindo recomendações formais, esse procedimento é indicado para mulheres com rigidez no períneo, parto pélvico, que ocorre quando o bebê está sentado, sofrimento fetal e macrossomia que é o excesso de peso do bebê, ou então em partos prematuros.
Nos partos prematuros é indicado fazer a episiotomia pelo fato de a cabeça ainda não está totalmente formada, já que a ampliação feita com a cirurgia ajuda a evitar hemorragias no crânio do bebê.
Estes casos representam 10% dos partos normais, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Complicações durante o procedimento
O processo consiste em um pequeno procedimento cirúrgico. Só precisa fazer um corte na região do períneo e depois da passagem do bebê, o médico costura. Se tudo correr bem, a cicatrização leva em torno de seis semanas.
Já quando os pontos não são feitos da forma correta, pode ocorrer complicações como: dor prolongada, fibrose, dificuldade de cicatrização e perda de sensibilidade na região.
Pesquisa revela que 75% das mulheres ainda sofrem episiotomia no parto sem permissão
Uma pesquisa liderada pela Organização Mundial da Saúde confirmou que 75% das mulheres sofrem com esse procedimento sem consentimento.
O estudo acompanhou mais de 2 mil mulheres durante o parto e entrevistou mais de 2.600 após o parto. Todas as mulheres com idade mínima de 15 anos em doze unidades, sendo três em cada país: (Gana, Guiné, Mianmar e Nigéria) entre setembro de 2016 e janeiro de 2018.
Em 59% dos casos, os exames vaginais foram feitos sem consentimento e algumas mulheres foram presas nos centros de saúde por não terem dinheiro para pagar a conta.
Problema mundial
As autoridades afirmam que os maus-tratos a mulheres durante o parto são mundiais, inclusive em países desenvolvidos, como os Estados Unidos.
Porém, as práticas são raramente documentadas, já que a maior parte das mulheres tem medo de denunciar as violações.
As práticas abusivas durante os cuidados maternos também foram divulgados na América Latina, onde a Venezuela se tornou o primeiro país a legislar contra as práticas antiéticas específicas, aderindo uma lei para proibir a chamada “violência obstétrica” no ano de 2007.
Em fim, a pesquisa sugere que as mulheres tenham um companheiro ou outra pessoa da sua confiança presente durante o trabalho de parto. Com isso, os profissionais não terão coragem de cometer crimes e fazer coisas sem o consentimento da paciente.